sábado, 28 de abril de 2018

Floresta encantada


          Uma floresta dominada por um imenso tapete verde estendia-se por quilômetros naquele pedaço de chão que ainda não havia sido descoberto pelo bicho "ser humano". Neste rincão da natureza os ecossistemas estavam harmonizados porque os únicos habitantes deste belo espaço eram os elementos da natureza e os seres mágicos que faziam a proteção deste lugar encantado. Duendes e fadas passeavam pelas gramíneas, trepavam nas árvores, tomavam banho no riacho de águas cristalinas que corria mansamente por detrás do grande paredão de pedras assimétricas construído pelas intempéries da natureza.
          Numa manhã de muito sol comadre Florzinha que morava numa pequenina flor vermelha abriu preguiçosamente os olhinhos e com um pulinho saiu de sua caminha aveludada. Percorreu o espaço com o olhar. Deu um minúsculo assobio chamando sua companheira joaninha. Subiu no dorso da joaninha e saíram para um passeio. Numa das curvas do caminho emoldurado por lindas flores brancas as cotovias cantavam alvoroçadas. Comadre Florzinha pediu à joaninha que voasse mais ligeiro. Ela precisava descobrir o motivo daquele alvoroço. Voa daqui, olha dali e nada! Mas eis que debaixo do pé de manacá ela avista uma menininha. Chega mais perto. A joaninha pousa sobre uma flor e a Comadre Florzinha desce do seu dorso e caminha até aquela figurinha que chora desconsolada. Comadre Florzinha pergunta:
          _ Quem é você? Nenhuma resposta. Pergunta outra vez e nada. Só o soluço da menina era ouvido na floresta. Comadre Florzinha já estava nervosa com aquele choro. Precisava saber quem era aquela criatura de cachinhos dourados que vertia lágrimas incessantes. Pediu ajuda à borboleta. E num instante a borboleta voou com ligeireza e pousou na mãozinha da menina. Vendo aquela formosura a menina parou de chorar. Comadre Florzinha se aproximou mais uma vez e perguntou:
           _ Quem é você? O que veio fazer aqui na minha floresta?
          A menina apertou os olhinhos ainda molhados de lágrimas e viu aquela fadinha minúscula
         _ Eu estava colhendo flores para presentear a minha mãe e acabei me perdendo. Andei por muito tempo e acabei chegando aqui e agora não sei o caminho da minha casa. E desandou a chorar novamente. Comadre Florzinha acariciou de leve o seu rostinho e disse:
          _ Eu vou ajudar você. Mas como é o seu Nome? Eu me chamo Comadre Florzinha e sou a guardiã desta floresta. Aqui não tem tristezas e nem choro. Vivemos em perfeita harmonia e somos muito felizes. A menina se sentiu reconfortada com as palavras da Comadre Florzinha.
          _ Meu nome é Lili. Minha casa fica perto do rio mas não consigo encontrá-la. Tudo o que vejo é um enorme paredão de pedras e ele parecia me engolir cada vez que eu tentava passar por ele.
          _ Lili, aquele paredão de pedras é na verdade um portal mágico e você só conseguiu ultrapassá-lo porque no seu coração não existe maldade. Olhe vou pedir para a dona joaninha te acompanhar. Depois que atravessar o portal siga a margem do rio que você vai encontrar a sua casa. Mas antes colha todas as flores que quiser. Lili, você não poderá falar com ninguém sobre esta floresta. Tudo aqui é mágico e se revelares o segredo a floresta será destruída e não teremos mais nenhuma magia.
Lili prometeu e foi embora guiada pela dona joaninha. Quando estava na saída do portal ouviu a Comadre Florzinha dizer... Enquanto houver pureza em seu coração você poderá vir aqui quantas vezes quiser. E assim uma grande amizade se consolidou.

                                                      (conto escrito em 16/08/2015 - Gracita)

8 comentários:

  1. Muito bom texto!! Parabéns!! Amei!!

    Especial:- Ciúme das Pétalas... {POETIZANDO...}
    .
    Beijinhos e um bom fim de semana

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  2. Simplesmente adorável esta Floresta Encantada!
    Beijinho
    Fanny Costa

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  3. Olha só, que maravilha de conto infantil Gracita, que voce bem pode dar continuidade.
    Gostei de ver mais esta sua habilidade.
    Recriei esta floresta e viajei por ela com os personagens.
    Beijo

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  4. Aí que conto mais meigo, lindo e contornado de pureza, adorei!
    Beijos carinhosos!

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  5. Olá, querida amiga Gracita!
    Muito bonito o desfecho do conto.... eu creio na pureza de intenção e sempre nos leva a um bom termo...
    Seja muito feliz e abençoada junto aos seus amados!
    Bjm de paz e bem

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  6. Oh Gracita, essa pureza n'alma e coração da criança nunca deveria ser substituída pela curiosidade, no pueril coração da menininha estava a sua salvação. Lindo e terno conto. Quanta habilidade contém tua narrativa. Eu também desconhecia este seu lado. Parabéns.

    Bjsse uma linda tarde!

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  7. Bom dia amiga Gracita.
    Voltei pra deixar o link:

    https://afetocolorido.blogspot.com.br/2018/05/2-anos-de-blog.html
    Tenha um feliz e abençoado dia!
    Bjsss!

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