A aflição da Mamãe
Passarinho
No galho seco, o sol já declinava,
E a mamãe pássaro, aflita, piava.
Seus filhotinhos, outrora tão perto,
Sumiram no vento, em voo incerto.
"Pio, pio, pio!", seu canto ecoava,
Na brisa da tarde, a voz se elevava.
Procurava em cada folha e flor,
Sentindo no peito a cruel dor.
O ninho vazio, um triste cenário,
Outrora havia um coro de gorjeios no ar
Lembrava dos seus pequenos a piar,
E a saudade apertava, sem cessar.
"Onde vocês estão, meus filhotinhos?
Voltem logo para os meus carinhos!"
Seu chamado angustiado cortava o ar,
Enquanto a noite começava a chegar.
Mas lá no horizonte, um leve rumor,
Pequenas asinhas, trazendo amor.
Os filhotes voltavam, em revoada,
E a mamãe pássaro, respira aliviada
Os acolheu no ninho, com tanto afeto,
Esquecendo a aflição, o medo secreto.
E no calor das penas, a noite passou,
Com a família reunida, o amor triunfou.
(Gracita Fraga)